Capacidade Funcional e Rigidez Arterial em Indivíduos Pós Acidente Vascular Encefálico Crônico
Data
2021-07-14
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Editor
Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais
Resumo
Introdução: O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é uma condição de saúde de origem cardiovascular com acometimento neurológico, caracterizada pelo comprometimento motor, proveniente das alterações vasculares. Indivíduos pós AVE crônico, frequentemente apresentam incapacidades motoras, advindas da lesão cerebral, o que pode acarretar alteração da capacidade funcional desses indivíduos. Concomitantemente, alterações vasculares propiciam para aumento da rigidez arterial em indivíduos pós AVE crônico quando comparados a indivíduos saudáveis. Alterações estruturais e funcionais das artérias relacionadas com a rigidez arterial estabelecem mecanismos fisiopatológicos que dificultam a propagação das ondas de pulso, nas quais contribuem para danos cerebrais. Objetivo: Investigar a associação entre o nível de capacidade funcional e rigidez arterial em indivíduos pós AVE crônico, além de comparar a rigidez arterial entre indivíduos estratificados em pior e melhor capacidade funcional. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, composto por indivíduos com diagnóstico de AVE crônico, ambos sexos, maiores de 18 anos de idade. A capacidade funcional foi avaliada pelo questionário Duke Activity Status Index (DASI). Os indivíduos foram estratificados em pior capacidade funcional (<31,95 pontos) e melhor capacidade funcional (≥31,95 pontos). A rigidez arterial foi avaliada pelos índices de rigidez arterial, por meio do Índice de Aumentação corrigido pela frequência cardíaca de 75 batimentos por minuto (Alx@75). A rigidez arterial foi avaliada no membro parético, de modo não invasivo, por meio do equipamento Mobil O-Graph®. A correlação de Pearson foi usada para verificar associação entre a capacidade funcional e a rigidez arterial e o teste T (CI95%) foi usado para comparar o AIx@75 entre indivíduos com pior e melhor capacidade funcional. Todas as variáveis foram analisadas por meio do pacote estatístico SPSS versão 17.0, com nível de significância de 5%. Resultados: A amostra foi composta por vinte e oito indivíduos pós AVE crônico, com média de idade de 57,7±17,0 anos, sendo 61% da amostra constituída por homens. Os indivíduos apresentaram uma média de 51,1±54,1 meses pós lesão encefálica e 84% da amostra possuíam AVE tipo isquêmico. A média do escore do DASI foi de 29±19 METS e a média de Alx@75 foi de 23,8±11,4%. Observou-se correlação significativa, negativa e de magnitude moderada (r=-0,53; p= 0,01) entre a capacidade funcional e a rigidez arterial. Dezoito indivíduos foram categorizados em pior capacidade funcional. A média do Alx@75 foi 27,4±10,1 e 17,4±7,9 para os indivíduos categorizados com pior e melhor capacidade funcional, respectivamente. Observou-se uma diferença estatisticamente significativa entre grupos (diferença média 10,04 [IC95% 2,44 a 17,64]). Conclusão: O presente estudo demonstrou associação entre capacidade funcional e rigidez arterial em indivíduos pós AVE crônico. Indivíduos com melhor capacidade funcional apresentam menores índices de rigidez arterial.
Abstract
Introduction: Stroke is a cardiovascular health condition with neurological impairment, characterized by motor impairment, resulting from vascular changes. Individuals after chronic stroke often present motor disabilities resulting from brain injury, which can lead to changes in the functional capacity of these individuals. Concomitantly, vascular changes lead to increase in arterial stiffness in individuals after chronic stroke when compared to healthy individuals. Structural and functional changes in arteries related to arterial stiffness, establish pathophysiological mechanisms that hinder the propagation of pulse waves, in which they contribute to brain damage. Objective: To investigate the association between the functional capacity and arterial stiffness between individuals after chronic stroke, in addition to comparing arterial stiffness stratified in worse and better functional capacity. Methods: This is a cross- sectional study, composed of individuals diagnosed with chronic stroke, both sexes, over 18 years age. Functional capacity was assessed using the Duke Activity Status Index (DASI) questionnaire. The individuals were stratified into worse functional capacity (˂31,95 points) and better functional capacity (≥ 31,95 points). Arterial stiffness was assessed by means of arterial stiffness indices, using the Augmentation Index corrected by the heart rate 75 beats per minute (Alx@75). Arterial stiffness was assessed in the paretic arm, non-invasively, using the Mobil-O-Graph® equipment. Pearson’s correlation was used to verify the association between functional capacity and arterial stiffness and the T test (CI95%) was used to compared Alx@75 between individuals with worse and better functional capacity. All variables were analyzed using the SPSS version 17.0 statistical package, with a significance level of 5%. Results: The sample consisted of twenty-eight individuals with chronic stroke, mean age of 57.7 ±17.0 years, 61% of the sample consisting of men. Individuals had a mean of 51.1 ±54.1 months since stroke and 84% of the sample had ischemic stroke. The average of the DASI score was 29±19 METS and the mean Alx@75 was 23.8 ±11.4%. There was a significant, negative and reasonably magnitude correlation (r: -0.53; p: 0.01) between functional capacity and arterial stiffness. Eighteen individuals were categorized with worse functional capacity. There was a statistically significant difference between groups (mean difference 10.04 [CI95% 2.44 to 17.64]). Conclusion: The present study demonstrated association between functional capacity and arterial stiffness in individuals with chronic stroke. Individuals with better functional capacity have lower arterial stiffness indices.
Descrição
Palavras-chave
Acidente vascular cerebral, Rigidez vascular, Análise de onda de pulso; Stroke, Arterial stiffness, Pulse wave analysis.