Associação da força muscular e corrida de alta velocidade com a lesão muscular de isquiossurais em atletas de futebol profissional

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Data

2020-12-18

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Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais

Resumo

Introdução: O estiramento muscular de isquiossurais (IQS) é a lesão mais incidente do futebol. Desse modo, muitos fatores de risco são estudados na literatura, sendo o mais reconhecido a lesão muscular prévia e o aumento da idade do atleta. A natureza multifatorial das variáveis envolvidas e suas inter-relações em diferentes momentos da temporada é motivo de controvérsias. Objetivos: Realizar três estudos em atletas de elite do futebol profissional masculino de um clube brasileiro. O primeiro objetivou verificar se há diferença da força muscular, idade, histórico de lesões prévias IQS, entorse do tornozelo, lesão ligamento cruzado anterior (LCA) no joelho, posição de atuação no campo, amplitude de dorsiflexão do tornozelo e distância percorrida em alta velocidade, ou seja, ≥ 19,8 km/h (high-speed running, HIR) entre atletas de elite do futebol profissional masculino que tiveram lesão muscular de IQS e atletas sem lesão muscular durante uma temporada. Além disso, o estudo objetivou testar a confiabilidade entre dois instrumentos com mecanismos diferentes de análise de carga, seja por GPS ou por análise de vídeo, relacionando resultados de distância total percorrida e HIR durante partidas oficiais. Por último, objetivou-se estabelecer o perfil de lesões musculares; investigar a severidade, o grupo muscular, a posição que o atleta joga e o tempo de afastamento nas temporadas de 2011 a 2019. Métodos: O primeiro estudo foi observacional e retrospectivo com 34 atletas com idade entre 18 e 39 anos, excluindo os goleiros, durante 12 meses consecutivos. O segundo estudo do tipo metodológico, foi desenvolvido com dados de 35 atletas (102 análises individuais) coletados em jogos oficiais. O terceiro estudo foi observacional, incluindo 89 atletas com participação em jogos oficiais e treinamentos durante nove temporadas. Resultados: No primeiro estudo foram identificadas nove lesões de IQS (13,2%), com correlação positiva entre os atletas com lesão prévia de IQS (p=0,011); no grupo de membros inferiores com maiores níveis do índice de fadiga dos flexores no isocinético (p=0,027) e menores valores de dorsiflexão do tornozelo (p=0,017). Não houve diferença no desempenho da média de HIR usada como referência de demanda dos atletas com e sem lesão, bem como para as demais variáveis de força, idade, posição em campo, lesão prévia de LCA e entorse de tornozelo. No segundo estudo foi observada boa concordância na comparação dos dois sistemas xi projetados para analisar as demandas de distância total percorrida no futebol profissional. O terceiro estudo mostrou que a maior parte das lesões musculares no futebol ocorreram em quatro grupos: IQS (36,7%), adutores (22,0%), panturrilha (21,0%) e reto femoral (17,3%), com maior incidência das lesões de reto femoral nos treinamentos, uma tendência de diminuição da incidência das lesões de adutores e de aumento das lesões de IQS durante as temporadas de 2011 a 2019. Conclusão: O estudo demonstrou resultados aplicados à realidade prática do futebol profissional em um clube de elite do Brasil e um caminho para futuros estudos que possam analisar a inter-relação entre as variáveis de capacidade e demanda no futebol, bem como ajudar os clubes no planejamento preventivo dessas lesões.

Abstract

Background: Hamstring muscle injury (HMI) is the most incident injury in soccer and many risk factors are studied in the literature, the most recognized being the previous muscle injury and the increased age of the athlete. The multifactorial nature of the variables involved and their interrelations at different times of the season is a matter of controversy. Objective: Conduct three studies in elite male professional soccer players from a Brazilian club, the main one being to verify if there is a difference in muscle strength, age, history of previous HMI, ankle sprain, knee anterior cruciate ligament (ACL) injury, performance position in the field, amplitude of ankle dorsiflexion and distance covered at high speed, that is, ≥ 19.8 km/h (high-speed running, HIR) among athletes who had HMI and athletes without muscle injury during one season. The second would be to test the reliability between two instruments with different load analysis mechanisms, either by GPS or by video analysis, relating results of total distance covered and HIR during official matches. Finally, establish the profile of muscle injuries; investigate the severity, the muscle group, the position that the athlete plays and the time of absence in the seasons from 2011 to 2019. Methods: The first study is observational and retrospective with 34 athletes, excluding goalkeepers, for 12 consecutive months. The second is a methodological study with data from 35 male professional soccer athletes (102 individual analyzes) collected in official matches. The third study was observational, including 89 athletes with participation in official matches and training for nine seasons. Results: It was found nine HMI (13.2%), with a positive correlation between athletes with previous HMI (p = 0.011); in the group of lower limbs with higher levels of flexor fatigue in the isokinetic (p = 0.027) and lower values of ankle dorsiflexion (p = 0.017). There was no difference in the performance of the average HIR used as a reference for the demand of athletes with and without injury, as well as for the other variables of strength, age, field position, previous ACL injury and ankle sprain. In the second study, there was good agreement in the comparison of the two systems designed to analyze the demands of total distance covered in professional soccer. In the third study, occurred most muscle injuries in four groups: HMI (36.7%), adductors (22%), calf (21%) and quadriceps (17.3%), with greater incidence of quadriceps injuries in training, a tendency to decrease the incidence of adductor injuries and an increase in HMI during the seasons from 2011 to 2019. xiii Conclusion: The study demonstrates results applied to the practical reality of professional soccer in an elite club in Brazil and a path for future studies that can analyze the interrelationship between the variables of capacity and demand in soccer, as well as helping clubs in the preventive planning of these injuries.

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Palavras-chave

Atleta de elite; Estiramento muscular; Futebol profissional; GPS; InStat; Isocinético; NordBord; Lunge teste. Elite athlete; GPS; InStat; Isokinetic; Lunge test; muscle stretching; NordBord; Professional football

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